Gestão Ambiental alerta para cuidados com a fauna na BR-448
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- Publicado em Terça, 25 Agosto 2015 14:41
Impactos causados a fauna por atropelamentos em rodovias têm recebido atenção especial de instituições, órgãos públicos e privados e da sociedade. A BR-448 está inserida em local próximo a uma Área de Preservação Ambiental (APA), porém com intensa ocupação humana no entorno, o que descaracteriza o ambiente e influencia na composição da fauna local, o DNIT, por meio da Gestão Ambiental da BR-448 (STE S.A.), possui uma equipe especializada, responsável por realizar mensalmente o monitoramento da fauna na área de abrangência do empreendimento situado na região metropolitana de Porto Alegre.
Em campanhas mensais são observados os dados climáticos da região no período de realização das mesmas, incluindo índice de chuvas, temperatura média e outros dados relevantes que possam influenciar a atividade ou o comportamento dos diferentes grupos de animais.
Conforme Andrea Pedron, Bióloga da Gestão, as campanhas são feitas de carro e a pé. “A campanha é realizada por meio de duas técnicas: o monitoramento veicular realizado em dois dias consecutivos, a uma velocidade média de 40 km/h, cujo alvo são os mamíferos de médio e grande porte, roedores, aves e répteis, e por caminhamento, com o objetivo de registrar os anfíbios. O monitoramento por caminhamento é realizado em seis segmentos, considerando as áreas alagadas próximas à rodovia e o registro de espécimes de anfíbios”, observa.
Umas das cinco passagens de fauna sendo monitoradas durante as campanhas
Até o momento, a equipe realizou 16 campanhas e entre as espécies com maior número de registros de atropelamentos, destacam-se tigre-d’água (Trachemys dorbigni) e o cachorro-doméstico (Canis lupus familiaris), no monitoramento veicular, e Leptodactylus latrans (rã-manteiga), Pseudis minuta (rã-boiadora) e Rhinella dorbignyi (sapinho-de-jardim) por caminhamento. Na de outono, realizada em maio, as espécies mais atropeladas foram a pomba-de-bando (Zenaida auriculata), anu-branco (Guira guira) e a rã-boiadora (Pseudis minuta).
Registro de pegadas nas passagens de fauna são importante fonte de dados
Com a finalização das atividades de outono, Pedron faz uma alerta aos usuários: “Em geral, observa-se um registro maior de animais atropelados na primavera e no verão, que corresponde ao período de maior atividade dos animais. No entanto, mesmo no outono e inverno, os usuários da rodovia devem permanecer sempre atentos a presença de animais na pista”, finaliza.
Atenção especial nas passagens de fauna
Com o objetivo de avaliar a funcionalidade e eficiência das medidas mitigadoras de atropelamento e isolamento de fauna na BR-448, e com isso, se necessário propor modificações nas estruturas implantadas, as passagens de fauna são importantes mecanismos de monitoramento. “Elas permitem estimar a riqueza de espécies que estão utilizando os dispositivos, assim como verificar a sua funcionalidade. Estamos empregando o método indireto de registro, ou seja, as passagens estão sendo monitoradas através da impressão de rastros e pegadas. Os vestígios são identificados e fotografados. E ainda, como ferramenta complementar, utilizamos armadilhas fotográficas. Elas captam por sensores de raios infravermelhos o calor corporal irradiado e qualquer movimento do animal. Quando os sensores detectam o movimento dentro de seu raio de ação, o sistema é acionado automaticamente”, destaca.
Nas campanhas, as armadilhas permanecem em funcionamento por 07 dias consecutivos, 168 horas ininterruptas.
